sexta-feira, março 29, 2024
Gestão

5 Erros Comuns do Criador Iniciante

O Criador Iniciante

Ao iniciar uma criação, é comum que o criador iniciante tenham expectativas altas e cometa erros muito comuns. Elencamos os principais erros cometidos pelos criadores iniciantes e como evitar que ocorram.

Muitos desses erros terão reflexos anos depois do inicio da criação e, na maioria dos casos, vai resultar no fim da criação ou na geração de uma enorme dificuldade em manter os animais bem cuidados.

1) Escolha da Raça

O criador que deseja ter a criação como uma fonte de renda, geralmente escolhe a raça a ser criada pelo valor de venda que ele percebe que os demais criadores estão anunciando e pela popularidade.

A princípio parece uma ótima estratégia, entretanto, o que o criador iniciante não percebe é que: todo mundo tem a mesma idéia e que a competição é muito mais acirrada.

Quando uma raça é popular, significa que tem muita gente querendo comprar, mas tem muita gente querendo vender. E nem sempre são outros criadores.

Sempre que uma raça é popular, os proprietários também reproduzem seus animais com uma freqüência muito maior. Como eles não tem como objetivo ganhar dinheiro, acabam vendendo seus filhotes por preços extremamente baixos, causando uma competição difícil de vencer.

Isso faz com que o preço médio dos filhotes comece a despencar em poucos meses.

Logo, se o criador for escolher uma raça, tenha em mente as vantagens e risco das raças populares. As vezes uma raça conhecida e menos popular pode ser uma escolha melhor e mais tranquila para o médio e longo prazo. Mas se optar pela raça popular, será necessária uma estratégia de marketing forte para que o criador se diferencie.

2) Montagem do Plantel

Outro problema comum é a montagem do plantel. Não é incomum que o criador iniciante vá ao mercado e compre vários cães com poucos meses de diferença entre eles.

O grande problema dessa ação é que todos os cães vão envelhecer juntos. Ou, seja, quando encerrarem o ciclo reprodutivo, irão se aposentar juntos.

A não ser que o criador estabeleça um plano de doação para os cães ao fim do programa de reprodução poderá ter um problema grande com a entrada de um grande número de animais em aposentadoria ao mesmo tempo.

O ideal é que o criador ao montar o plantel, vá adquirindo os animais com um tempo maior de intervalo entre eles. Assim terá animais de idades diferentes e não terá uma quantidade grande de animais aposentados no longo prazo.

Outra opção, dependendo da raça, é ter um programa de doação dos animais para pessoas selecionadas. Essa opção poderá dar uma qualidade de vida ainda maior para o animal que encerrou o programa de criação e não onerará o criador com os custos da aposentadoria.

3) Múltiplas Raças

Um erro muito comum quando se inicia a criar é ter mais de uma raça. Geralmente esse erro ocorre porque o criador iniciante, ao começar a criar uma raça recebe questionamentos sobre outras raças e logo ele conclui que existe mercado.

O grande problema de ser multi raças é que os custos de marketing explodem. A cada nova raça, uma nova estratégia de marketing deve ser adotada. Nem sempre o perfil do comprador de uma raça é igual ao de outra. Logo, o criador deve saber conversar tanto com um quanto com o outro.

Além do mais é extremamente difícil ser um criador referencia quando se cria muitas raças.

O ideal é começar a criar uma única raça e ser um especialista nela. Somente após isso o criador poderia se aventurar em outra raça. Além disso, dever-se pensar se a marca também será mantida para todas as raças ou um novo nome será criado.

4) Venda Fácil

O criador iniciante geralmente acredita que irá conseguir vender seus filhotes facilmente e por um preço próximo ao de um criador estabelecido.

Além do mais, não é incomum que comece a anunciar somente após a primeira ninhada nascer…

Aí a venda não ocorre, o tempo vai passando e o desespero vai chegando. Ao final o criador quase doa os cães ou vende a valores bem abaixo do esperado.

O ideal é que o criador comece a trabalhar o seu marketing desde a aquisição do primeiro animal. Dessa forma ele terá mais de um ano trabalhando sua marca, interagindo com o público alvo, sendo reconhecido.

Esse marketing nem precisa ser pago. Pode ser participando ativamente em grupos nas redes sociais, postando fotos e conteúdo na fan page e no seu site, gerando conteúdo, etc.

Quanto mais trabalho for feito antes da primeira ninhada nascer, mas tranquila será a primeira venda.

5) Falta de Planejamento

Talvez esse seja o erro mais comum… e geralmente não é só do criador iniciante. A falta de planejamento na criação é algo muito comum e corriqueiro.

Geralmente o criador faz somente o planejamento zootécnico, ou seja, qual animal vai acasalar com qual. Mas muitas vezes esquece do planejamento financeiro, fundamental para manter a saúde financeira da criação.

Torna-se fundamental ter esse planejamento para saber quanto e quando será necessário investir e a partir de quando haverá algum retorno.

Misturar as contas da criação com as contas da casa poderá dar a impressão ao criador que a criação é só investimento.

Ter a exata noção de quanto custa o filhote será fundamental para se ter uma idéia do valor mínimo a ser cobrado. Começar planejando e depois controlando os aspectos que envolvem a criação fará com o criador crie uma cultura de controle. Isso será fundamental para uma criação de sucesso.

Expectativa x Realidade

Ao começar a criação, o criador estará cheio de expectativas, o que é normal quando se inicia qualquer projeto. Entretanto é muito importante conversar com outros criadores, buscar conhecimento específico e especializado antes de dar o próximo passo.

Erros são comuns nos primeiros anos, mas quanto menos se errar, maior a tendência do criador ser um criador de sucesso. Portanto, antes de aquirir o primeiro padreador ou a primeira matriz, estudo muito sobre o negócio de criação.

 

 

Eduardo Antunes

CEO do SistemaPET, Criador desde 1997. Bacharel de TI pela UFPEL 1998. Especialista em Marketing Digital.