sexta-feira, abril 19, 2024
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Regularizar a Criação (Canil ou Gatil)

Regularizar a Criação

A grande maioria dos criadores no país não tem seus negócios regulamentados, as causas são muitas. Mas uma das grandes dificuldades para um criador é passar pelo longo, caro e complexo sistema regulatório brasileiro.

Mas a pergunta que gostaríamos de discutir é: vale a pena regularizar a criação?

O início de uma criação pode começar, basicamente, de 2 formas:

Forma Orgânica

O que chamamos de forma orgânica ocorre quando o criador adquire um exemplar da raça, acaba se envolvendo com a raça e aos poucos vai adquirindo mais exemplares. Esse crescimento ocorre de forma lenta. E, geralmente, no início o lucro não é o objetivo.

Nesse tipo de início a criação é extremamente amadora no que tange as questões administrativas. O criador não gerencia e, em alguns casos, não quer gerenciar sua criação. Só foca na gestão dos animais e, mesmo assim, de forma bastante simples.

Muitas vezes a criação ocorre na própria casa do criador e, em alguns casos, ignorando as normas dos planos diretores das cidades. O investimento inicial em infraestrutura inicial é quase nulo.

A criação às vezes cresce muito, mas o criador pode não entender que o negócio já se tornou bem sólido. Às vezes, como não o gerencia, ainda acredita que investe mais do que ganha.

Forma Planejada

A forma planejada ocorre quando o criador decide que irá montar uma criação. Nesses casos ele faz uma pequena pesquisa em sites de venda para tentar identificar as raças mais populares e começa a adquirir os exemplares.

A criação nasce já com o objetivo de proporcionar ao criador um meio de vida. Geralmente o investimento inicial é relativamente alto, pois nesses casos o criador irá necessitar adquirir vários exemplares e a infraestrutura precisa ser construída.

A gestão administrativa é bem mais controlada. Cada investimento feito é devidamente registrado. Torna-se fundamental verificar o quanto está sendo investido e o quanto está tende de retorno.

Regularizando

Quando falamos de regularização, estamos falando de registro junto aos órgãos públicos e não junto aos clubes de criadores, que deve ser feito no início, impreterivelmente.

Obviamente a lei exige que qualquer negócio seja devidamente regularizado. Entretanto a maioria dos criadores não vendem seu animais em lojas próprias. Logo abrir a criação totalmente regulamenta no início pode não ser a melhor decisão. Embora envolva alguns riscos.

A regulamentação de qualquer negócio no país é sempre um fardo. Não somos um país que estimule o empreendedorismo. Quando falamos de criação, as leis são ainda mais difíceis e complexas. Cada cidade pode ter leis locais tratando sobre o tema.

E, para piorar, assim como é difícil abrir um negócio, fechá-lo pode ser ainda mais complicado.

A regularização por si só pode ser feita utilizando uma série enorme de opções de nossa legislação. Pode ser aberta como uma MEI, Simples, Lucro isso, lucro aquilo, etc, etc. Portanto é fundamental que você converse com um bom Contador e que permitam efetuar uma boa engenharia contábil para que a quantidade de impostos não acabe com a criação.

Vantagens

Uma grande vantagem de estar regularizado é que as operações de venda de filhotes e compra de produtos e insumos se torna um pouco mais segura. Com a emissão de uma Nota Fiscal, fica mais difícil cancelar uma compra no cartão. Há uma proteção um pouco maior para o criador.

Outra vantagem é que nas compras de insumos e equipamentos, muitas vezes é possível conseguir descontos interessantes.

Há a cobertura de alguns garantias previdenciárias também. Mas nada muito além disso…

O Criador poderá trabalhar de forma sossegada estando dentro da lei. Uma denúncia não terá muito efeito, pois estando regulamentado e trabalhando de forma correta, o Criador estará mais protegido.

Desvantagens

Bem, como sabemos, a maior desvantagem é ter um grande sócio que não contribui em praticamente nada e que é complexo e caro de pagar sua parte.

Dependendo da quantidade de vendas realizadas, o valor de imposto sobre a venda até pode ser pequeno. Mas impostos indiretos (Contador, Taxas Anuais, Declarações, Alvarás, etc.) acabam sendo pesados para pequenas operações.

É praticamente impossível repassar esse enorme custo para os filhotes vendidos só justificando que você paga os impostos! Portanto as margens de cada filhote caem significativamente.

Logo, torna-se imprescindível estar com a gestão financeira em dia para avaliar corretamente os custos e ganhos.

Conclusão

Antes do Criador poderá iniciar a criação, é importante se familiarizar com as regras de sua cidades, impostos que seriam devidos e taxas a serem pagas. Dessa forma ele adquire o conhecimento e os dados necessários para verificar se abrir a “empresa” será na fase inicial ou se poderá ser feito posteriormente.

Não é incomum abrir as portas, “testar o mercado” e somente depois, regularizar a criação. Nesse caso se o criador precisar encerrar as atividades, não terá custos extras no processo.

Em algumas cidades ter um número pequeno de animais não caracteriza uma criação. Mas cada caso é um caso. E na medida em que você vende algo regularmente, poderá ser enquadrado como comércio.

Existem muitas formas de estar regularizado, mesmo não abrindo uma empresa quando se é pequeno, por isso é importante conhecer bem a legislação e estar em contato com um bom Contador.

Infelizmente vivemos num país em que o dinheiro dos impostos não é bem utilizado pelos vários governos. Entretanto, a cidadania começa com as ações de cada um. Por isso, sempre que possível, procure regularizar e funcionar dentro das leis.

Eduardo Antunes

CEO do SistemaPET, Criador desde 1997. Bacharel de TI pela UFPEL 1998. Especialista em Marketing Digital.

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